Os turbantes além de muito lindos trazem uma significação muito grande para todos nós que estamos em busca de aceitação e reconhecimento de nossa cultura.
A história do turbante é cercada de bastante mistério e várias lendas. Ninguém sabe confirmar quando ou onde começaram a usar os turbantes, alguns afirmam que foi na Ásia tantos outros na África, o que é fato é que os turbantes são usados desde os tempos de Moisés.
A curiosidade que mais nos questionamos é: COMO ELE CHEGOU NO BRASIL?
Muitas histórias contam que as escravas usavam os turbantes para não passar piolhos para as senhoras e também para se protegerem do sol. Outros relatos dizem que os portugueses, quando desembarcaram no Brasil, enrolaram tecidos em seus cabelos para não pegarem piolhos dos índios.
Uma coisa é fato, a maioria das mulheres brasileiras, começaram a usar os turbantes durante a Segunda Guerra Mundial. Não podiam sair de casa para tratar das madeixas e tão pouco conseguiam fazer isso em casa, então a saída foi fazer amarrações com tecidos que tinham, com o intuito de esconder os cabelos maltratados. O número de mulheres que faziam isso foi tão grande, que o turbante acabou virando moda.
Uma grande influenciadora do uso do turbante no Brasil, foi Carmem Miranda, que usava amarrações super coloridas e com vários tipos de enfeites.
Atualmente, o estado brasileiro mais adepto dos turbantes é a Bahia, que fez esse uso por uma forte influência das religiões africanas. Ao contrário do que muitos pensam, os turbantes, tanto na Africa como na Bahia, tem um significado religioso muito importante. Cada tipo de amarração, a altura do turbante e as cores que são usadas querem dizer alguma coisa. Nesses lugares, não é simplesmente colocar um turbante que combine com sua roupa, e sim aquilo que seu orixá representa.
Nos anos 60 aconteceu um movimento de orgulho negro nos Estados Unidos, e o turbante foi o símbolo de identidade e cultura. A partir desse movimento, os negros passaram a tratar o turbante como o símbolo da cultura negra e de beleza e sinônimo de atitude. Toda vez que usa o turbante, é a uma forma de reafirmação de sua identidade cultural e de luta contra a discriminação e preconceito racial.
No mês de novembro celebramos o mês da consciência negra, e fui convidada pelos meus amigos do CESAM-BH para participar do projeto "A cor da cultura", nas oficinas de turbantes. Foram dias de muita descontração e aprendizado. Tive a oportunidade de estar com os adolescentes e também com os educadores, contando um pouco dessa historia e ensinando algumas amarrações. Alguns adolescentes disseram que nasceram para usar turbantes. Apoio o projeto, que atualmente é interno dentro das unidades apoiadoras, que mostra aos adolescentes a importância de evidenciação da cultura negra, que cada ação como essa é uma forma de combate ao preconceito que nós negros enfrentamos todos os dias.
Claro que eu não poderia deixar de fazer um tutorial mostrando 6 amarrações lindas de turbantes. Como sempre, vou deixar um vídeo aqui em baixo para darem aquela conferida.